*Como a população avalia o serviço dos cartórios, segundo o DataFolha*
Na comparação entre 14 instituições brasileiras, os Cartórios ficam em primeiro lugar, à frente das Forças Armadas e das polícias militares e civis, indica pesquisa do Datafolha. Segundo o levantamento, 83% dos entrevistados confiam e acreditam que os serviços prestados pelos cartórios têm credibilidade. Na pesquisa anterior, de 2015, eram 80%.
A pesquisa também pediu que os entrevistados avaliassem o serviço prestado por 13 órgãos e empresas. Novamente, os Cartórios ficaram em primeiro lugar, com 76% de ótimo e bom, à frente, por exemplo, de Correios (55%), bancos (43%) e Detran (43%).
*Importância do Serviço*
Ainda segundo o Datafolha, cresceu o número de usuários que entendem que os serviços prestados por estas unidades são muito importantes. Segundo o levantamento 74% dos entrevistados consideram os atos praticados nestas unidades muitos importantes, em comparação a 68% na pesquisa de 2015 e 63% na de 2009.
Ainda segundo o levantamento do Instituto, é maior a valorização do serviço entre as mulheres, os usuários entre 18 e 34 anos e de pessoas com menor renda e escolaridade, este último perfil justamente aqueles que necessitam de assessoramento jurídico para a prática de atos que envolvem seu patrimônio e seus direitos, cuja margem de avaliação de muito importante atinge o patamar de 80%.
*Percepção do Usuário*
A pesquisa também apontou que mudanças nos serviços cartorários e na infraestrutura dos estabelecimentos estão sendo notadas pelos usuários. Segundo o levantamento, 74% dos entrevistados notaram melhoria na informatização, 68% no atendimento, 67% no tempo de espera, 62% nas instalações e 58% nos prazos.
Ainda segundo o levantamento do Instituto, 92% dos entrevistados avaliaram que a informatização melhorou a prestação dos serviços, 87% que o atendimento também melhorou, 85% avaliaram que o tempo de espera diminuiu, 88% que as instalações melhoraram e 85% que os prazos estão mais satisfatórios.
Ainda de acordo com o levantamento, 7 em cada 10 entrevistados estão satisfeitos com o fornecimento de informações (média 9), com a organização da fila de espera (média 8.9) e com o tempo de espera para ser atendido (média 8.8). Houve ainda uma maior satisfação do usuário com o tempo de realização do serviço (média 8.6), informatização (média 8.6) e conforto (média 8.3). Todos esses pontos avaliados melhoraram em relação à pesquisa realizada em 2015.
Esta é a 3ª edição da pesquisa, que já foi feita em 2009 e em 2015, e foi contratada pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR) e pela Confederação Nacional de Notários e Registradores (CNR). Foram 944 entrevistas, em maio deste ano, com pessoas que confirmaram ter usado serviços de cartórios nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
*Com PF sem verba, brasileiros preferem que cartórios passem a emitir passaporte*
A falta de verba fez com que a fila de pessoas que aguardam a emissão de passaporte no Brasil chegasse a 100 mil, segundo a Polícia Federal. Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha apontou que a maioria da população preferiria que este serviço passasse a ser realizado por cartórios.
De acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados afirmam que a emissão do documento obrigatório em viagens internacionais poderia ser ofertada pelas unidades notariais e registrais brasileiras. Também estão na lista outros serviços: emissão de documentos de identidade (66%), o registro de empresas (66%) e os benefícios previdenciários junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A pesquisa apontou que 69% dos entrevistados não gostariam que a Prefeitura e órgãos públicos passassem a realizar os serviços dos cartórios, o que acarretaria, segundo os usuários, aumento da burocracia (82%), dificuldade na utilização dos serviços (81%), aumento da corrupção (79%), maiores custos (70%) e maior insegurança jurídica (69%).
Já 71% são contrários a que empresas privadas possam realizar os serviços que são constitucionalmente delegados aos cartórios, administrados por juristas concursados e fiscalizados pelo Poder Judiciário. Segundo os entrevistados, 76% acreditam que os custos aumentariam, 68% que os serviços seriam mais burocráticos, 64% que teriam mais dificuldade em solicitar os serviços, 59% que haveria corrupção e 55% que se sentiriam mais inseguros.
A pesquisa do Instituto Datafolha foi realizada em maio deste ano e ouviu 944 pessoas que confirmaram ter usado serviços dos cartórios, como registro civil, de imóveis e de títulos e documentos, tabelionato de notas e de protesto. As entrevistas foram feitas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. A margem de erro é de três pontos percentuais. Para fazer o estudo, o Datafolha foi contratado pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR) e pela Confederação Nacional de Notários e Registradores (CNR).
Fonte: Folha de São Paulo